Abílio Manuel Guerra Junqueiro nasceu em Freixo de Espada-à-Cinta em 17 de Setembro de 1850 e faleceu em Lisboa, em 7 de Julho de 1923. Era filho de José António Junqueiro Júnior, negociante e lavrador, e de sua mulher, Ana Maria do Sacramento Guerra. A família era tradicionalista e religiosa. Ficou órfão de mãe aos 3 anos de idade, o que deixou alguns sinais na sua poesia, como no célebre passo «Minha mãe, minha mãe, ai que saudade imensa...» de “Aos simples”, o poema inicial de A velhice do Padre Eterno.
Fez estudos preparatórios no Porto, após o que, em 1866, se matricula no Curso de Teologia da Universidade de Coimbra. Todavia, a falta de vocação religiosa levou-o a seguir o Curso de Direito, que concluiu em 1873.
A entrada na vida ativa faz-se pela porta do alto funcionalismo público, tendo sido secretário do Governo Civil de Angra do Heroísmo e, depois, de Viana do Castelo.
A prosa, em livros como Horas de combate, de 1924, ou Prosas dispersas, de 1921, é geralmente a defesa dos ideais republicanos, da liberdade e das grandes causas da época. Já a poesia apresenta registos muito diversos. Lado a lado com diatribes violentíssimas, há obras de um lirismo singelo e comovente, e outras onde o autor põe a nu um certo misticismo, panteísmo e simpatia cósmica.