A cultura da oliveira é hoje a principal mancha oleícola de Trás-os-Montes e Alto Douro, que remonta ao séc. XVI, difundindo-se, irreversivelmente, por toda a Região ao longo dos sécs. XVII e XVIII. A olivicultura depressa de tornou na actividade predominante desta região em particular no concelho de Mirandela, dada à qualidade de azeitona e aos altos rendimentos de azeite produzidos. É desta forma, clara a importância socio-económica da olivicultura e da sua ligação às condições naturais da região, nomeadamente o valor patrimonial, paisagístico e cultural que os olivais tradicionais também representam para a competitividade da região. A oliveira é uma árvore de fruto de porte médio que pertence à família das Oleáceas. É fácil encontrar-se oliveiras com mais de 1000 anos, sendo portanto uma árvore de grande longevidade, conhecendo-se algumas com mais de 2000 anos. A oliveira tem também uma grande robustez, suportando a secura e a pobreza dos terrenos onde vive. As suas raízes chegam a atingir seis metros garantindo acesso à sua fonte de vida: a água. O crescimento é relativamente lento, passando por um período improdutivo de quatro anos. Em condições favoráveis, dá fruto no seu quinto ano de vida, desenvolvendo-se completamente aos 20 anos. O seu período de maturidade e de óptima produção decorre entre os 35 e os 150 anos. A partir desta idade a produção da oliveira torna-se irregular o que provoca o seu envelhecimento. O ciclo da oliveira está associado a várias práticas tais como o cultivo tradicional da oliveira com a lavra, a poda, a festilização e a colheira da azeitona; a transformação da azeitona em azeite nos diferentes tipos de lagares, o armazenamento do azeite; e por fim os derivados da azeitona e do azeite.